CO91 — Amizade e Amistosidade

Nunca diga coisa alguma ao seu amigo que você não possa dizer ao seu inimigo, porque a pessoa que é seu amigo, hoje pode virar um inimigo amanhã — Maquiavel

Cafe com Osho
7 min readMay 10, 2021
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E como tinha adiantado no episódio anterior, vou complementar a reflexão sobre amistosidade ou como próprio Osho diz a amistosidade verdadeiramente autêntica.

Então vamos lá. Tire um alguns minutos para você e aproveite o momento.

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O QUE É A, VERDADEIRA, AUTÊNTICA AMISTOSIDADE?

Perguntaram a Osho: O que é a, verdadeira, autêntica amistosidade?

A questão que você levantou é muito complexa. Você terá que entender algumas outras coisas antes que possa entender o que é a amistosidade verdadeiramente autêntica.

A primeira é amizade. Amizade é amor sem qualquer tom biológico nela. Isso não é a amizade que você entende ordinariamente — o namorado, a namorada. Usar a palavra amizade de alguma maneira associada com biologia é pura estupidez. É insensatez e loucura. Você está sendo usado pela biologia para fins de reprodução.

Amizade é amor sem qualquer tom biológico. Isso se tornou um fenômeno raro. Costumava ser uma grande coisa no passado, mas algumas grandes coisas do passado desapareceram completamente. Isso é algo muito estranho que as coisas feias sejam teimosas, elas não morrem facilmente; e as coisas bonitas são muito frágeis, elas morrem e desaparecem bem facilmente.

Hoje a amizade é entendida em termos biológicos ou em termos econômicos, ou ainda em termos sociológicos — em termos de relações, um tipo de relacionamento. Mas amizade significa que se a necessidade surgir você estará pronto até mesmo para sacrificar-se. Amizade significa que você fez alguém mais importante do que você mesmo; outro alguém se tornou mais precioso do que você mesmo. Isso não é um negócio. É amor na sua pureza.

Essa amizade é possível mesmo do jeito que você é agora. Mesmo pessoas inconscientes podem ter tal amizade. Mas se você começar a ficar mais cônscio de seu ser, então amizade começa a se transformar em amistosidade. Amistosidade tem uma conotação mais ampla, um céu bem maior. Amizade é uma coisa pequena comparada com amistosidade. Amizade pode ser quebrada, o amigo pode se tornar um inimigo. Essa possibilidade permanece intrínseca no próprio fato da amizade.

Eu me lembro de Maquiavel dando orientações aos príncipes do mundo em sua grande obra, O Príncipe. Uma de suas favoritas é, ”Nunca diga coisa alguma ao seu amigo que você não possa dizer ao seu inimigo, porque a pessoa que é seu amigo hoje pode virar um inimigo amanhã”. E a sugestão seguinte é que, Nunca diga coisa alguma contra o inimigo, porque o inimigo pode virar um amigo amanhã. Então você ficará bem embaraçado.

Maquiavel está dando um insight muito claro: que nosso amor ordinário pode virar ódio, nossa amizade pode se tornar inimizade a qualquer momento. Esse é o estado inconsciente do homem — onde o amor está escondendo ódio por trás dele, onde você odeia a mesma pessoa que você ama, você, porém, não está consciente disso.

Amistosidade se torna possível só quando você é verdadeiro, você é autêntico e você está absolutamente cônscio de seu ser. E se o amor surgir dessa consciência será amistosidade. Amistosidade não pode mudar nunca para seu oposto. Lembre-se disso como um critério, que os maiores valores da vida são somente aqueles que não podem mudar para seus opostos; na verdade, não há nenhum oposto.

Você está perguntando, “O que é a amistosidade verdadeiramente autêntica?”

Será preciso uma grande transformação em você para ter um sabor da amistosidade. Como você é agora, amistosidade é uma estrela distante. Você pode dar uma olhada na estrela distante, você pode ter um certo entendimento intelectual, mas isso permanecerá um entendimento intelectual, não um sabor existencial.

A menos que você tenha um sabor existencial da amistosidade, será muito difícil, quase impossível fazer uma distinção entre amizade e amistosidade. Amistosidade é a coisa mais pura que você pode conceber sobre o amor. É tão pura que você nem mesmo pode chamá-la de uma flor, você só pode chamá-la de fragrância a qual você pode sentir e experienciar, mas você não pode se apoderar dela. Está lá, suas narinas estão cheias dela, seu ser está cercado por ela. Você sente a vibração, mas não há como se apoderar dela; a experiência é tamanha e tão vasta e nossas mãos são por demais pequenas.

Digo a você que sua questão é muito complexa, não devido à questão, mas por sua causa. Você ainda não está no ponto de onde a amistosidade possa se tornar uma experiência. Seja real, seja autêntico e você conhecerá a qualidade mais pura do amor — Apenas uma fragrância de amor sempre lhe cercando. E essa qualidade do mais puro amor é amistosidade. Amizade está endereçada a alguém que é seu amigo.

Amistosidade e o homem iluminado

Uma vez perguntaram a Gautama Buda, “O homem iluminado tem amigos?” e ele disse, “Não”. O questionador ficou chocado porque ele estava pensando que o homem iluminado tem que ter o mundo inteiro como um amigo. Mas Gautama Buda está certo, fique você chocado ou não. Quando ele diz, “O homem iluminado não tem nenhum amigo”, ele está dizendo que não pode ter amigos porque não pode ter inimigos. Ambos chegam juntos. Amistosidade ele pode ter, mas não amizade.

Amistosidade é apenas o jeito de ser real e autêntico; você começa a irradiá-la. Isso acontece a sua própria maneira, você não tem que trazê-la. Quem quer que chegue perto de você sentirá a amistosidade. Isso não quer dizer que ninguém será seu inimigo. No que diz respeito a você, você não será um inimigo de ninguém, porque você não é mais um amigo de ninguém. Mas sua altura, sua consciência, sua felicidade, seu silêncio, sua paz irá aborrecer muitos, irá irritar muitos, tornará muitos, que não lhe compreendem, seus inimigos.

Na verdade, os iluminados têm mais inimigos do que o não iluminado. O não iluminado pode ter alguns inimigos, alguns amigos. Os iluminados têm quase o mundo inteiro antagonista a eles, porque as pessoas cegas não podem perdoar o homem que tem olhos, e o ignorante não pode perdoar aquele que sabe. Eles não podem sentir amor com relação ao homem que alcançou a sua realização, porque seus egos estão feridos.

O homem iluminado não tem nenhum amigo, nenhum inimigo, mas somente um amor puro, não direcionado. Ele está pronto para derramar no coração de qualquer um que esteja disponível. Essa é a real amistosidade.

Mas uma pessoa assim irá provocar muitos egos, irá magoar aqueles que pensam que são pessoas muito importantes e poderosas. Os presidentes e as rainhas e os primeiros ministros e os reis ficarão imediatamente preocupados. Um homem que não possui nenhum poder tornou-se de repente o foco da atenção das pessoas, atrai mais pessoas do que aqueles que têm poder e dinheiro e prestígio. Tal homem não pode ser perdoado. Ele tem que ser punido mesmo que ele tenha cometido algum crime ou não. E um homem iluminado não pode cometer um crime; isso é uma pura impossibilidade. Mas ser inocente, ser amigável, ser amoroso por absolutamente nenhum motivo, apenas ser você mesmo é suficiente para jogar muitos egos contra você.

Então quando digo, “O iluminado não tem inimigos”. Quero dizer que do lado dele não tem nenhum inimigo. Mas do lado dos outros, quanto maior for sua altura, maior será o antagonismo, maior será a inimizade, ódio, condenação contra ele. Isso é o que tem acontecido por séculos.

Nirvano estava me dizendo outro dia que no dia que fui multado em quatrocentos mil dólares , sabendo perfeitamente bem que não possuo nenhum centavo, o procurador que trabalhava para Nirvano disse a ela, “Eles fizeram isso de novo”. Ela perguntou a ele, “Que você está dizendo?” E ele disse, — “Sim, eles fizeram de novo. Eles crucificaram Jesus novamente, eles novamente puniram um homem que é completamente inocente — mas essa inocência fere o ego deles”.

Somente um entendimento intelectual não será suficiente — embora seja bom ter algum entendimento intelectual porque isso pode lhe ajudar a mover-se para uma experiência existencial. Mas só a experiência lhe dará o sabor total da tremenda doçura, da beleza, da divindade e da verdade do amor.

Osho, Satyam Shivam Sundaram: Truth Godliness Beauty, Discurso #10

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Créditos

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