CO85 — Mindfulness e Meditação

A vida não existe apenas para ser transcorrida; é para você alcançar algum lugar profundo em seu interior

Cafe com Osho
8 min readMar 17, 2021
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Mindfulness não é uma prática que nos ensina a meditar e a meditação não é uma prática que irá nos levar ao estado de atenção plena.

Se nos limitarmos na razão cartesiana em buscar entender oque é mindfulness e o que é meditação, perderemos um longo e precioso tempo de prática.

Enquanto precisarmos levar conforto a nossa a mente de que mindfulness é uma prática com resultados cientificamente comprovados, ficaremos presos na racionalização da explicação que isso é isso e aquilo é aquilo.

Atenção plena ou mindfulness não é meditar, mas a meditação abraça essa técnica de forma muito amorosa e coexistem em harmonia e essência.

Me permitam apresentar uma história zen contada por Osho e que esta presente no livro Mindfulness para quem não tem tempo. E nos trás a referência das três camadas no mindfulness que podem ser alcançadas.

Uma história Zen e as 3 camadas no mindfulness

“Um monge chamado Zuigan, costumava iniciar cada dia dizendo a si mesmo, em voz alta:
“Mestre, você está aí ?”. E ele mesmo respondia: “Sim, senhor, estou”.
Então , dizia, “Tenha Juízo”.
E Replicava, Sim Senhor, farei isso”.
E dizia, “Preste atenção, não deixe que o façam de tolo.”
E ele mesmo respondia : “Oh, não, senhor, não deixarei, não deixarei”.

A meditação não pode ser uma coisa fragmentada; deve ser um esforço contínuo. O tempo todo tem que estar atento, consciente e meditativo. Mas a mente pregou uma peça: você medita pela manhã e em seguida deixa de lado a meditação; ou ora no templo e depois esquece a oração. E então volta para esse mundo completamente não meditativo, inconsciente como se caminhasse em um sono hipnótico. Esse esforço pragmático não ajuda muito. Como você pode ficar meditativo durante uma hora quando esteve não meditativo por 23 horas do dia? É impossível. De repente, tornar-se meditativo por uma hora não é possível.

A Consciência é um contínuo; é como um rio, fluindo constantemente. Se você está meditativo, tem que se manter meditativo o dia todo, cada momento dele…pois só se mantendo o dia todo meditativo conseguirá o florescimento. Nada virá antes.

Esta história Zen parece absurda, mas é muito significativa. O Mestre monge costumava falar consigo mesmo — é isso que a meditação significa, falar consigo mesmo -, ele costumava chamar o próprio nome. Dizia, “Você está aí? E ele mesmo respondia, “Sim, Senhor, estou aqui”. Este é um esforço , um enorme esforço, para estar atento. Você pode usar isto, será muito útil. De repente, caminhando pela rua, pergunte a si mesmo: “Você está ai? De repente o pensamento para e você tem que responder: “Sim, estou aqui” isso lhe proporciona um foco, é quando o pensamento para e você fica meditativo, alerta.

Este “chamar a si mesmo” é uma técnica. Ao ir dormir, ao apagar a luz à noite, de repente você pergunta: Você está aí? E com a escuridão chega a atenção. Você se torna uma chama e dentro de si responde: “Sim, estou aqui”

E então o monge costumava dizer, “Tenha juízo!”. Seja sincero, seja autêntico: não participe do jogo. Ele costumava dizer a si mesmo, “Tenha juízo!”. E replicava, “Sim, vou fazer todo o esforço que puder”.

Toda a nossa vida é uma brincadeira. Você pode vivê-la assim porque não tem consciência de como desperdiça tempo, como desperdiça energia; como, finalmente, desperdiça a vida — você não tem consciência. Ela escorre pelo ralo. Tudo corre água abaixo. Só quando a morte se aproxima você consegue se tornar consciente, alerta: “o que estava fazendo? O que fiz com a minha vida? Você não foi sensato. Nunca refletiu sobre o que estava fazendo.

A vida não existe apenas para ser transcorrida; é para você alcançar algum lugar profundo em seu interior. A vida não é superficial; não está nas bordas da circunferência, ela é o centro. E você ainda não atingiu o centro. Tenha Juízo! Já desperdiçou tempo demais. Fique atento e veja oque está fazendo. E o que está fazendo? Buscando dinheiro? Isso é, fundamentalmente, inútil. É mais uma vez um jogo, o jogo do dinheiro. Se você tem mais do que os outros, sente-se bem; se os outros têm mais do que você, sente-se mal. É um jogo. Mas qual é o significado dele? O que você ganha com ele? Mesmo que você tenha todo o dinheiro do mundo, no momento da morte você vai morrer como um mendigo. Então, toda a riqueza do mundo não pode torná-lo rico. Os jogos não o tornam rico. Tenha juízo!

Outra coisa é o que ele costumava se lembrar de manhã. Por que de manhã? A manhã estabelece o padrão. O primeiro pensamento pela manhã torna-se a porta; por isso todas as religiões insistem em pelo menos duas orações. Pela manhã, quando está renovado, desperto do seu sono e sua consciência está de novo aflorando, o primeiro pensamento, a oração, a meditação, a lembrança, estabelecerão o padrão para o dia todo. Ser devoto pela manhã ou estar alerta, falar consigo mesmo, estar atento estabelece o padrão.

Também à noite, quando for dormir, o último pensamento torna-se o padrão para todo o sono. Se o último pensamento for meditativo, todo o sono vai se tornar meditação. Um pensamento não é um acidente; ele cria uma cadeia, e então as coisas se seguem e coisas similares se seguem.

A meditação é uma técnica totalmente diferente. Não há necessidade de acreditar, não há necessidade de se mover na direção do outro. Mas tem que despertar: é isso que o monge está fazendo. Ele não está chamando o nome de Ram, não está chamando o nome de Alá, está chamando seu próprio nome, e apenas a si mesmo, porque nada mais é certeza. Ele chama seu nome todo, “Você está aí?” E não espera que Deus responda. Ele próprio responde, “Sim, senhor, estou aqui”.

Você pode se tornar mais atento. Eu lhe digo: seu nome é o mantra, chame seu próprio nome. Muitas vezes por dia, sempre que se sentir sonolento, sempre que achar que o jogo está tomando conta de você e você está se perdendo nele, chame o seu nome: “Você está aí?” e responda a si mesmo. Não espere pela resposta de ninguém; não há ninguém aí para responder. Responda: “Sim, estou aqui”. E não responda verbalmente, sinta a resposta: “Estou aqui”. E esteja ali, vigilante.

E a terceira coisa que o monge diz é para se lembrar de não deixar que os outros o enganem. Os outros estão continuamente enganando-o. Não só você está se enganando, mas os outros também o estão enganando. Como os outros o estão enganando? Toda sociedade, cultura, civilização!

Então a sociedade transmite conceitos; depois a sociedade transmite os preconceitos, depois a sociedade transmite teorias, filosofias, sistemas e religiões. E então a pessoa jamais será capaz de olhar diretamente; a sociedade sempre estará ali para interpretar. Você não está consciente quando diz que algo é bom — — você está ali olhando? Esta é a sua sensação, de que algo é bom, ou apenas uma interpretação da sociedade? Algo é ruim: você olhou dentro daquilo e chegou à conclusão de que aquilo é ruim, ou a sociedade simplesmente lhe ensinou que aquilo é ruim?

Mas nenhuma sociedade lhe permite olhar diretamente. Ela sempre chega e interpreta, e você é enganado por ela. Este monge costumava dizer a si mesmo pela manhã, “Não se deixe enganar pelos outros”. E respondia, ‘’Sim, senhor sim, senhor, não me deixarei enganar pelos outros”. Isto tem que ser constantemente lembrado, porque os outros estão todos à sua volta enganando-o nas questões mais sutis. E, atualmente, os outros têm mais poder do que nunca. Mediante a propaganda, os rádios, os jornais, a televisão os outros o estão manipulando.

A meditação não pode ser comprada e ninguém pode dá-la a você. Você tem que atingi-la. Não é algo externo, é algo interno, um crescimento, e esse crescimento vem através da conscientização. Chame seu próprio nome pela manhã, à noite, à tarde, quando se sentir sonolento, chame seu próprio nome. E não só o chame, responda seu chamado, faça-o em voz alta. Não tenha medo dos outros. Você já teve medo suficiente dos outros; eles já o assassinaram através do medo. Não tema. Mesmo no mercado, lembre-se. Chame seu próprio nome. “Você está aqui?”. E responda, “Sim, senhor”

Lembre-se, seja consciente e alerta. Se você se mantiver alerta, se suas ações se tornarem cada vez mais conscientes, qualquer coisa que você faça não será feita de modo sonolento. Todo esforço da sociedade é no sentido de torná-lo automático, de transformá-lo em um autômato, de fazer de você um mecanismo perfeito, eficiente.

A sociedade necessita de eficiência, e por isso o torna cada vez mais automático. Em tudo o que você faz, seja automático. A sociedade não está preocupada com a sua consciência; sua consciência seria um problema para a sociedade. Você é solicitado a ser mais eficiente, mais produtivo. A sociedade não quer que o homem seja um ser humano, ela necessita de você como um dispositivo mecânico, e por isso o torna mais eficiente e menos consciente. Isto é automatização. E como a sociedade o engana. Você se torna eficiente, mas sua alma está perdida.

Se você consegue me entender, todo o esforço das técnicas meditativas é desautomatizá-lo, torná-lo novamente alerta, torná-lo novamente um ser humano, não uma máquina. No início vai se tornar menos eficiente, mas não se incomode com isso. Porque tudo se estabeleceu em você como um autômato. Vai sentir dificuldade porque ficou acostumado com a eficiência inconsciente. Para se tornar conscientemente eficiente será necessário um esforço. Mas aos poucos você se tornará consciente e eficiente.

No inicio, a meditação é desautomatização. Então vai começar a trabalhar com uma nova consciência a eficiência permanece no corpo e a consciência permanece alerta. Você não se torna uma máquina, continua sendo um ser humano. Caso se torne uma máquina, é porque perdeu toda a humanidade.

Este monge esta fazendo sua desautomatização. Desde muito cedo pela manhã ele chama a si mesmo, dizendo, Fique atento!”; dizendo “Não engane a si mesmo!”; dizendo “Não se deixe enganar!”. Estas três camadas de mindfulness têm que ser alcançadas.

Eu vou ficando por aqui e espero que tenham gostado do episódio. Ah aproveito para convidar para acompanharem um outro podcast que estou gravando, só com meditações.

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Créditos

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