CO58 — O Tempo
Poema — O Tempo
O tempo é efêmero, já diziam por aí,
Tão simples de controlar.
Tão complexo de entendermos.
Perdemos o tempo pensando no tempo.
Controlamos as ações,
Planejamos os momentos
para ter mais tempo.
Mais oque vem a ser o tempo?
O tempo perdido,
ou o economizado?
O tempo questionado pelos nossos pais,
ou o tempo que o patrão questionou do trabalho realizado?
Seria talvez o tempo que levamos falar oque precisa,
Ou pra dizer eu te amo?
Tanta questões sobre o tempo!
Tantas perguntas para o tempo que só o tempo irá responder.
Ter a amizade com o tempo é complicado, tão complexo quanto achar um tempo para tomar um cafezinho.
e ter aquela conversa que não vemos o tempo passar.
O tempo passado se foi, não volta!
E não adianta insistir e gastar tempo pensando nele.
O tempo futuro ainda virá,
e gastar tempo pensando vira ansiedade!
Planejar sim, mas que seja rápido, que não se gaste tempo!
Pois precisamos viver o tempo presente.
Esse mesmo que encontramos todas as manhãs ao abrir os olhos.
E ver um novo tempo
que podemos despertar para algo novo!
O tempo de construção e de fazer.
O tempo de olhar para a vida e ver beleza
O tempo de olhar para o rosto de cada pessoa e ver beleza!
O tempo do aqui e agora!by Alexandre Abreu
E abro o episódio de hoje com a narração do grande Paulinho, do CoachCast Brasil, com o poema que escrevi sobre o tempo e ele publicou no episódio #899— O que quero e o que preciso lá em seu podcast.
Falar do tempo é sempre desafiador e nunca esgotaremos o tema.
Quando adentramos na questão do tempo é inevitavelmente não passar por dois termos gregos muito importantes: Chronos e Kairós — que servem até hoje para designar o tempo. Chronos é o tempo medido pelo relógio, o calendário. É o tempo determinado dentro de um limite. Kairós significa o momento certo, oportuno e porque não dizer o aqui e agora, o momento presente.
Os gregos nos transmitiram essa experiência da relação do tempo por meio do mito de Chronos (ou Cronos) e Kairós, deuses do tempo. O mito é uma história que, longe de ser fantasiosa, pretende explicar o mundo e o homem por meio de imagens simbólicas que escondem uma realidade profunda.
O poeta grego Hesíodo, que viveu no século VIII a.C., conta que, para governar o mundo, Chronos castrou o seu próprio pai e matou cinco dos seis filhos logo que nasceram e somente Zeus sobreviveu, salvo pela mãe. Motivo? O medo de ser destronado por algum de seus familiares.
Chronos é o deus que deseja conservar a ordem vigente pelo temor de perder o poder. A representação do tempo mensurável, que corre dia após dia, e nos convence a utilizarmos relógios, agendas e inúmeros outros instrumentos de controle do tempo.
O tempo cronológico passa sem que possamos detê-lo e que ele aniquila tudo o que produz. Nada dura para sempre no mundo, nada se pode conservar e a única permanência é a impermanência. Assim, tudo o que é conquistado no tempo Chronos não tem valor eterno.
Chronos amedronta e impera, implacável. Muitos são escravizados por esse deus e acabam devorados. Vivem sob o julgo das datas, dos prazos, da idade que avança impiedosamente, experimentando ascensões e declínios. Tentam dominar Chronos, mas acabam dominados por ele.
Kairós, filho de Zeus, surge como o deus da oportunidade, do momento adequado, oportuno. Retratado como um jovem calvo com apenas um cacho de cabelos na testa, ele tinha uma agilidade sem igual, possuindo asas nos ombros e calcanhares. Kairós corria rapidamente e só era possível detê-lo agarrando-o pelos cabelos, encarando-o de frente.
E depois que ele passava, era impossível trazê-lo de volta. Devido à sua agilidade podia não ser percebido pelo observador desatento. Kairós surge diante de nós como a ocasião adequada, única de fazer o que é certo na hora certa e nos chama a atenção para nos tornar atentos e observadores.
Kairós é o tempo que não pertence a Chronos, ele não pode ser cronometrado. Ele simplesmente acontece, sem previsibilidade ou hora marcada. É como se estivesse a nos dizer para prestarmos atenção de maneira particular, intencionalmente no momento presente, sem julgamento, com abertura e curiosidade!
Viva o momento: Carpe Diem!
E como diria Rubem Alves:
“Apenas colha o dia! Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre.
A vida não pode ser economizada para amanhã.
Ela acontece sempre no presente.”
Por fim, tenha em mente que nada acontece no passado ou no futuro. Tudo se dá no presente, no aqui e agora, nesse fugaz instante. Cada momento é pleno de vida, trazendo a possibilidade de compreensão, crescimento e amadurecimento. Experimentamos Kairós quando estamos em harmonia conosco, sem o peso exagerado de Chronos, na medida certa, cadenciando com a vida como ela é.
E como não encerrar o episódio a com a linda canção e oração de Caetano Veloso, na voz de Mariana Nolasco — Oração ao Tempo
Não deixe de ouvir o episódio #48 — Apegando-se ao passado
O Podcast Café com Osho é apresentado e produzido por Alexandre Abreu
Uma inciativa para que todos possam ouvir e refletir as mensagens das cartas do Tarot Zen do Osho, bem como outros textos do Osho que nos auxiliam na busca do autoconhecimento.
Te convido a acompanhar os episódios e desejo que cada áudio possa trazer, reflexão, auto conhecimento e sabedoria, promovendo transformação sempre!
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Créditos
Musicas
Ancient Greek Folk — Ivan Tregub
Jamedo — http://creativecommons.org/licenses/by/3.0/
Oração ao Tempo — Mariana Nolasco